A popularização das plataformas de investimento e a digitalização do setor levou o mercado financeiro a viver uma verdadeira revolução nos últimos anos. Mas onde o marketing no mercado financeiro entra nessa transformação digital?

Nas eras da comunicação, vemos algumas estratégias se tornarem verdadeiras tendências como o marketing de perseguição, de atração e, o mais recente, o marketing de influência. Acontece que começamos a entrar numa nova era: o marketing de conexão.

Continue a leitura para entender melhor como essa tendência tem se mostrado um trunfo para o marketing no mercado financeiro!

O que é o marketing no mercado financeiro?

A imersão digital das gestoras de investimentos é relativamente nova. Ainda é comum ver essas empresas na lanterninha da aplicação de estratégias de comunicação vanguardistas.

As características de um mercado mais formal e cheio de normas também não cria um ambiente muito propício à inovação à primeira vista.

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), por exemplo, tem uma série de boas práticas para a comunicação das gestoras de investimentos que regulam toda e qualquer estratégia de marketing para o mercado financeiro.

Cassio Martinez para o meio&mensagem ilustra bem a relação entre marketing e mercado financeiro:

Citação sobre marketing no mercado financeiro

A democratização dos investimentos

Parte desse movimento das gestoras foi impulsionado por um deslocamento paralelo: a popularização e democratização de investimentos no país.

Nomes como Nathalia Arcuri do Me Poupe! e Nath Finanças são exemplos do marketing de influência para a educação financeira e têm contribuído para uma transformação de mercado que envolve a criação e inclusão de novas personas investidoras.

O cenário mobiliza as assets para criarem conteúdos que as posicionam no mercado, como explicar a filosofia de investimento da gestora, dar visibilidade de resultados a longo prazo e compartilhar análises dos gestores.

Marketing no mercado financeiro: uma análise das estratégias atuais

Ainda assim, existir no digital não é o suficiente para atingir bons resultados, quem dirá se destacar.

Muitas gestoras acabam se prendendo a um calendário e estratégia de comunicação que apenas fazem com que elas estejam presentes nas redes sociais e na caixa de entrada do público.

Os conteúdos podem facilmente se restringir a compartilhar conquistas e big numbers dos fundos, comunicações oficiais com os investidores e anúncios em geral. Cumpre seu propósito: ajuda a mostrar que a gestora de fato existe. Mas é o suficiente?

“Desmarketize-se”

E se eu disser que as tendências atuais mostram que as relações entre marcas e consumidores começam a mostrar que ninguém suporta mais as coisas que “parecem marketing”?

Na verdade, nem deveria ser tão surpreendente assim porque o boom de influenciadores vem justamente disso: crio uma conexão com o influenciador, gosto dele, dos valores e por isso consigo ser “convencido” mais facilmente ao que quer que ele esteja promovendo. A conversão não vem do produto em si, vem do intermédio da pessoa influenciadora.

O apelo é claro e as marcas precisam seguir essa tendência. A geração de consumidores que nasceu no digital e certamente representará a maior fatia de mercado em breve busca por autenticidade.

Os consumidores querem saber sua missão, suas intenções, e ver os valores que você prega sendo colocados em prática. Construir uma marca forte atualmente significa também criar conexões.

João Branco para Exame conseguiu sintetizar o racional desse movimento:

Citação de marketing no mercado financeiro.

Criando conexões com o marketing no mercado financeiro

Agora que vimos que os consumidores querem menos campanhas e mais conversas, o que exatamente estimula isso?

Mais do que a representatividade em propagandas e todo um trabalho minucioso de inclusão, seu público quer mais personalização nas relações do que apenas serem chamados pelo nome.

Seu público quer conhecer seus ideais, o que alicerça suas crenças, querem se apaixonar por sua visão do mundo e é por essa transparência que eles aceitam perdoar e buscar o que é de verdade. A imperfeição das marcas faz com que o consumidor se enxergue porque ele também é assim. Essa verossimilhança gera conexão.

Mas como gerar conexão no marketing? Conheça algumas estratégias que temos trabalhado na Vor:

Podcasts

Vivenciamos a era de ouro dos podcasts. Esses programas em áudio online se mostraram um ótimo canal para compartilhar informações e levantar discussões.

Segundo o Spotify, de abril de 2017 a abril de 2018, o aumento no número médio de ouvintes no mundo inteiro de podcast diário na plataforma foi de 330%.

Em outubro de 2019, a primeira edição do MoatCast, da Moat Capital, foi ao ar ajudando a revolucionar o marketing para o mercado financeiro no Brasil e abrindo um canal de conexão com seus investidores.

Programas como o MoatCast se tornaram uma tendência, sendo adotado por muitas outras gestoras como uma forma de estabelecer uma conversa com sua audiência.

Mostrou-se um meio de explicar o racional das estratégias de investimento, leituras de mercado pelos gestores e como uma maneira de fornecer verdadeira satisfação do que acontece com o dinheiro dos investidores.

Webséries

Uma das formas mais genuínas de criar conexão é olhar nos olhos, concorda? Você quer ver as pessoas, analisar, determinar se ela te passa confiança ou não. Na era digital, não é tão fácil assim você fechar negócio apertando a mão de cada um dos seus clientes.

Webséries e vídeos no geral surgem como uma maneira de humanizar ainda mais a conexão entre marcas e consumidores.

No marketing para o mercado financeiro, existem diversas oportunidades de explorar webséries, como abordar uma determinada categoria de investimentos ou inserir vídeos na divulgação de um novo produto, por exemplo.

A Websérie Trígono Pulsar da Trígono Capital ilustra uma das possibilidades de como inserir a humanização no marketing no mercado financeiro para divulgação de fundos.

Marketing no mercado financeiro: short long story

O marketing no mercado financeiro tem se mostrado um oceano azul. Existem regras e regulamentações, mas para quem sabe jogar o jogo, ele se mostra um mar de oportunidades.

Finanças é um assunto sério para os brasileiros e com a ampla diversificação das personas investidoras que a popularização dos investimentos proporcionou, surgem também diferentes níveis de “apego” com o dinheiro e facilidade/dificuldade de confiar em uma gestora para investir.

Os consumidores querem cada vez mais criar conexões com as marcas, eles querem ouvir o que elas têm para falar. O marketing no mercado financeiro é um veículo não só para que você fale, mas também para que sua voz alcance mais pessoas. Vamos amplificar sua voz?

 

Natália Castro conta mais de 5 anos de experiência em conteúdo e é pesquisadora analista do discurso pela UFBa. Apaixonada por contar histórias que toquem as pessoas, já desenvolveu estratégias para marcas de diversos segmentos como Toyota, Natura e Moat Capital.